Acontecerá na comarca da Cidade de Conselheiro Pena um dos julgamentos mais aguardados de nossa cidade envolvendo o assassinato do Policial Civil André Brant. O julgamento está marcado para acontecer dia 15 de março de 2012 (quinta-feira) a partir das 9:00 hs da manhã. Como o fórum da cidade é pequeno terá distribuição de mais ou menos 75 senhas para quem quiser acompanhar o julgamento.
A população espera que a justiça seja feita e que o júri julgue conforme a verdade dos fatos.
Ao que tudo indica Andréia não comparecerá ao júri, uma vez que não é obrigada pela justiça brasileira a comparecer. O que causa uma indignação nos familiares e amigos de André Brant e Gil. Andréia é acusada por ocultação de cadáver.
Entenda o caso:
O empresário Geovando Ferreira Terra, 35, conhecido como Gil, foi preso no dia 14 de abril de 2011 em Vila Velha, no Espírito Santo. Ele é o principal suspeito pela morte do investigador da Polícia Civil André Caldeira Brant de 22 anos. André estava desaparecido desde o dia 11 de abril de 2011 e seu corpo foi encontrado na quarta do dia 13, a 50 metros de profundidade, em um lago de um garimpo usado para extração de feldspato, na zona rural de Conselheiro Pena, a 50 km de Valadares. A polícia acredita que o crime teve motivos passionais, já que o policial estaria envolvido em um triângulo amoroso. André mantinha um relacionamento íntimo com a agente penitenciária Andréia de Souza Santos, de 25 anos, que morava com o empresário.
Geovando e Andréia tiveram a prisão temporária decretada pela juíza Juliana Pedrosa, da comarca de Conselheiro Pena, sob acusação de participação no homicídio e na ocultação do cadáver. Ela, que estava na cidade, foi transferida na época para a penitenciária Nelson Hungria, na Grande BH. Geovando, quando preso foi transferido para o presídio em Governador Valadares e aguarda o julgamento em regime fechado enquanto Andréia, que conseguiu posteriormente o “habeas corpus” está aguardando o julgamento em liberdade.
O CRIME
Segundo a versão apresentada por Andréia, o crime teria ocorrido no dia 11 de abril, quando Geovando chegou em casa e teria flagrado André e a agente. Ainda segundo essa versão, a mulher disse que o companheiro efetuou alguns disparos com arma de fogo contra o policial e, em seguida, desferiu alguns golpes com faca. Contudo, para a polícia, a versão apresentada pela agente penitenciária não é verdadeira, e a suspeita para a história real ainda não pode ser divulgada para não atrapalhar as investigações. O delegado regional informou que a desconfiança existe pelo fato de, no local onde o corpo foi encontrado, terem sido identificadas manchas de sangue. “No dia 12, Andréia confessou que ele estava morto e foi ‘desovado’ na lagoa utilizada para exploração de feldspato, na zona rural de Conselheiro Pena. Através de provas técnicas e de um reagente, foi encontrado sangue numa pedra ao redor do lago. Amostras da terra do local foram recolhidas para exames”, contou o delegado regional.
O corpo de André foi encontrado no fundo de um lago de um garimpo usado para a limpeza de minério. Na avaliação do delegado, o local onde o corpo foi abandonado pelos suspeitos é considerado estratégico para essa prática, já que fica em uma área de difícil acesso e distante da zona urbana.
Segundo Botelho, o investigador André Caldeira estava com uma faca cravada no peito, com os pés e mãos amarrados por cordas e um pedaço de trilho utilizado em linha férrea preso ao corpo. “Acreditamos que isso possa ter sido feito para afundar o corpo e evitar que boiasse”, analisou. O corpo de André foi levado para o Posto de Perícias Integradas (PPI) de Valadares e, transferido para Belo.
A casa onde aconteceu o crime foi periciada por três horas. Uma equipe composta por três peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil da capital chegou a Conselheiro Pena, onde realizou uma perícia na casa em que o crime aconteceu. Foram utilizadas máquinas fotográficas especiais que captam imagens apenas no escuro, e a substância conhecida como luminol, utilizada como revelador de amostras de sangue, mesmo que o sangue já tenha sido apagado. Os peritos permaneceram no imóvel por três horas e contaram com apoio de policiais civis de Valadares e de Conselheiro Pena. Para captar imagens, chegou-se a colocar um tapete do lado externo da casa para cobrir as janelas e fazer com que fosse evitado qualquer facho de luz. A casa onde o assassinato do policial civil ocorreu fica no Bairro São Luiz, a menos de 150 metros do prédio onde funciona a Delegacia e a Cadeia Pública, locais em que, respectivamente, o investigador e a agente penitenciária trabalhavam.
‘EVIDÊNCIAS’
Durante o trabalho dos peritos, o pai do empresário considerado suspeito, o motorista Vanderlei Terra, de 60 anos, foi chamado pela polícia para ir ao imóvel e mostrar locais na casa onde possivelmente teriam ficado manchas de sangue. Ele contou na época que não aprovava o relacionamento do filho com a agente penitenciária e que Geovando chegou de uma viagem a Rondônia na noite do dia 9, e teria dito apenas a ele que resolveria “alguns assuntos pessoais”. “Ele não entrou em detalhes comigo e disse que estava com alguns problemas que precisavam ser resolvidos. Depois da tragédia, já na segunda-feira doa dia 11, eu fiquei sabendo pelo meu próprio filho, por meio de um telefonema dele, o que havia acontecido. O crime teria ocorrido dentro do quarto do casal. Fiquei sabendo que o meu filho, ao abrir a porta do quarto, encontrou os dois nus em cima da cama. As evidências condenam que pode ter sido o meu filho a praticar esse crime”, alegou. A polícia informou que, após o crime, o quarto foi pintado de vermelho, possivelmente pelo pai do acusado, para atrapalhar nas investigações.