A polêmica sobre o preço dos ingressos para a segunda partida da decisão da Copa do Brasil ganhou mais um capítulo no final da tarde desta quarta-feira (19). O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) entrou com uma Ação Civil Pública contra o Cruzeiro por considerar abusivo o valor cobrado pelo clube estrelado para os bilhetes que darão acesso ao Setor Roxo do Mineirão. O órgão pede, em caráter limitar, que as entradas sejam comercializadas por menos de R$ 500, ao contrário dos R$ 1 mil estipulados pela diretoria da Raposa.
O MPMG argumenta que os valores cobrados pelo time estrelado sofreram reajustes exorbitantes sem causa ou parâmetro em relação aos demais jogos, o que iria de encontro ao Código de Defesa do Consumidor (CDC).
No texto, o órgão questiona os critérios estabelecidos pelo clube estrelado para que os ingressos fossem vendidos por tal valor. Segundo o MPMG, no duelo entre Cruzeiro e Santos, válido pela semifinal do certame, o mesmo Setor Roxo o ocupava a sexta colocação em relação à hierarquia de preços. Para a final, o espaço se tornou “vip” e passou à primeira colocação.
De acordo com o promotor de Justiça Fernando Ferreira Abreu, coordenador do Procon-MG, o clube mandante pode definir os valores de cada setor levando em consideração os critérios comerciais pertinentes à atividade econômica. Porém, deve ter um critério para estipulá-los.
“O incremento no preço dos ingressos de um jogo para outro deve pautar-se pelo mesmo parâmetro, sendo inadmissível a alteração substancial de preços em um mesmo setor, sob pena de caracterização da infração de elevação injustificada do preço do serviço prestado”, apontou.
Caso a liminar não seja concedida a tempo, a ação pede o clube seja condenado em R$ 5 milhões a título de reparação à coletividade pelo dano moral coletivo. O processo foi distribuído à 29ª Vara Cível de Belo Horizonte.
Em contato com a reportagem, o supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, afirmou que o clube somente se pronunciará no momento que tiver em mãos a ação protocolada pelo MPMG.