Segundo o professor da área de Geotecnologia e Recursos Hídricos da Ufes em São Mateus, Alexandro Facco, o motivo da seca do rio seria a falta de chuva associada ao aumento da irrigação
Com 65 quilômetros de extensão, o Rio Preto, em Guriri, distrito de São Mateus, está secando. No trecho que era bastante procurado por banhistas, principalmente durante o verão, no bairro Rio Preto, o leito do rio mais parece uma estrada.
Segundo o professor da área de Geotecnologia e Recursos Hídricos da Ufes em São Mateus, Alexandro Facco, o motivo da seca do rio seria a falta de chuva associada ao aumento da irrigação.
Choveu 13% a menos de outubro do ano passado até setembro em relação à média histórica. Já nos últimos três meses, choveu apenas 55% do esperado. Também há forte demanda por irrigação. Hoje, com essa pressão em relação ao plantio de pimenta-do-reino e outras atividades agrícolas, onde você substitui uma área que era geralmente de pastagem por pimenta, por exemplo, você está irrigando mais aquilo ali. Então, a pressão sobre o curso d’água será maior”, explicou.
No trecho do bairro Rio Preto, onde era o balneário, o pouco da água que chega está sendo desviado para um reservatório com o objetivo de irrigação, informou Facco. Devido à seca do rio, o comércio local fechou.
“Sem água, não tem movimento”, afirmou a comerciante Beatriz Victor. Segundo ela, a população está chocada com a situação do rio. “Tem pessoas que viram o rio nascendo e agora estão vendo o rio desfazendo. Elas estão desoladas”.
O Rio Preto nasce próximo ao distrito de Nestor Gomes e deságua no Rio São Mateus. O professor disse que, há 10 anos, a vazão era razoável, mas nos últimos cinco anos, caiu muito por causa da demanda da irrigação.
A Polícia Ambiental em São Mateus informou que a fiscalização a barragens e represas está sendo feita depois de denúncias. O produtor rural que construiu a bomba para captar água do Rio Preto já foi autuado em fiscalizações anteriores e vai responder na Justiça pelos danos ambientais.
A Polícia Ambiental também reforçou que a construção de barragens, represas ou qualquer obra sem a licença dos órgãos ambientais é crime. A pena é de um a seis meses de detenção e multa.
(Com informações da TV Gazeta Norte)