Dizem que não há como explicar a fé. Nem mesmo os torcedores do Atlético sabiam descrever o que sentiram antes, durante e depois do confronto contra o Newell’s Old Boys, nesta quarta-feira pela semifinal da Copa Libertadores. As expressões nas cadeiras do estádio Independência foram muitas. Cada uma revelava a mistura de ansiedade, tensão e esperança, além de boas doses de sofrimento.
Os gritos de “Ah, eu acredito” ecoaram nos arredores do estádio assim que o ônibus que conduzia a delegação do Galo subiu a rua Pitangui. Os jogadores e a comissão técnica entraram no clima que dominou a semana e vestiram uma camisa com os dizeres “Yes, we C.A.M.”, em referência ao “Sim, nós podemos”, da campanha presidencial do americano Barack Obama, em 2008.
Quando os times pisaram o gramado, o Independência se tornou um caldeirão. Os prometidos apitos distribuídos para o público ajudaram a colocar pressão nos argentinos. O barulho era ensurdecedor no momento em que a posse de bola ficava com os rivais.
Explosão e tensão
Foi mais um jogo histórico. Graças a uma jogada arriscada, mas iluminada de Cuca, o Galo, com força e raça, está na final inédita da
Libertadores. No fim da partida, depois de apagão de 11 minutos nos refletores do Independência, o treinador tirou Bernard, que
havia aberto o placar logo aos 2min, e pôs Guilherme.Oatacante ampliou com chute de fora da área aos 50 minutos e levou a decisão para os pênaltis. Jô e Richarlyson perderam as cobranças, mas os argentinos desperdiçaram trêsvezes. Ronaldinho marcou na última e Victor, de novo ele, defendeu a quinta cobrança do Newell’s Old Boys. A massa de 20 mil torcedores, até então com o coração apertado, explodiu de alegria. O primeiro duelo da grande final será na próxima quarta-feira, em Assunção, contra o Olímpia.