Se estivesse devagar, não teria matado Ávila”, diz mãe de menina atropelada

A violência explodiu no bairro Morada da Barra, em Vila Velha, na manhã desta sexta-feira (24), após uma menina de dois anos morrer atropelada por um caminhão em frente de casa. O motorista que atropelou a criança acabou sendo morto em seguida, linchado por moradores.
Transtornada, a mãe da criança atropelada, a auxiliar de cozinha, Adriana Oliveira manteve-se o tempo todo agarrada ao corpo da filha, que estava coberto por um lençol, na rua onde aconteceu o acidente, em Morada da Barra, Vila Velha. Chorando, ela balançava o corpo da criança, como se estivesse fazendo a menina dormir
De acordo com a mãe da criança, ela contou que sua filha brincava perto dela, e ela havia pedido para ir à casa da tia, mas não deixei. Então, Ávila falou que iria encontrar uma coleguinha na porta de casa para brincar. Eu disse a ela para tomar cuidado na rua.
De repente vi o caminhão. O motorista estava em companhia de outros dois ajudantes, falando no telefone celular, correndo, e corria muito. Se estivesse devagar, ele não teria matado minha filha. Minha filha estava ao lado da rua, brincando. O motorista veio correndo, e ela bateu a cabeça na lateral do caminhão. Depois caiu, e ele continuou andando e passou com as rodas de trás por cima dela. Se ele estivesse devagar, teria parado, e minha filha não morreria. Foi quando ele saiu do caminhão, ainda estava com o telefone e me pediu desculpas, mas depois saiu correndo (choro).
De acordo com a polícia, João Querino de Paula, 51 anos, correu cerca de 1 quilômetro para tentar fugir da fúria da população. Ele foi morto à facadas.
A Polícia Militar informou que foi acionada para atender a ocorrência por volta das 10h50. O acidente aconteceu na Estrada Jaguaraçu. Segundo moradores, o motorista estava em alta velocidade e falando ao celular.
Com medo, ele deixou o caminhão e saiu correndo. A população, revoltada, foi atrás dele. João Querino foi alcançado na Avenida Castelo Branco. Ele apanhou e foi agredido com pedradas. Logo em seguida, teria sido esfaqueado. O motorista estava uniformizado e segundo testemunhas era funcionário de uma fábrica de blocos.
Um tio da criança, identificado apenas como Adriano, teria sido preso suspeito de participar do crime. Policiais Militares disseram ter visto ele na cena do crime, jogando uma pedra no corpo de João. Moradores também atearam fogo no caminhão, placas MSC 5008.