Brasília – O PSDB e a bancada de oposição no Senado, com o apoio de parlamentares da base aliada, reuniram 29 assinaturas em apoio à instalação da CPI da Petrobras. O número excede o quórum mínimo para a criação de uma comissão na casa, que é de 27 assinaturas.
O anúncio do alcance do quórum foi feito nesta quarta-feira (26) pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Segundo Dias, a oposição seguirá na busca de mais deputados federais para a criação de uma comissão mista – na Câmara, são necessárias 171 assinaturas.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, disse que o Senado, ao garantir seu apoio à criação da CPI “resgata uma das prerrogativas dessa Casa, que é a defesa do interesse público”. O tucano definiu a Petrobras como “a maior das empresas brasileiras” e mencionou a desvalorização pela qual passa a empresa nos últimos anos: “quem investiu R$ 100 em ações da Petrobras hoje tem apenas R$ 37”.
“Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e também a Advocacia-Geral da União estão investigando o caso. Faltava a participação do Poder Legislativo. Agora não falta mais. Nós queremos investigar, queremos ouvir – não apenas acusações, mas também os argumentos daqueles que tomaram decisões danosas ao país”, acrescentou Aécio.
A CPI investigará denúncias de corrupção, superfaturamento e má-gestão na empresa – como o prejuízo bilionário com a compra da refinaria de Pasadena, a acusação de suborno por parte de funcionários da empresa holandesa SBM, os gastos excessivos com a refinaria de Abreu e Lima e o lançamento, ao mar, de plataformas ainda não aptas para operação.
Apoiam a CPI os partidos de oposição no Congresso (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade), integrantes de PDT, PP, PMDB e do PSB – a adesão dos socialistas à proposta foi divulgada pelo líder do partido no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF).
Os senadores que assinaram a CPI esperam, agora, a tramitação da proposta na Câmara, o que acontecerá nos próximos dias.