Afinal, dentro de campo, se saiu bem com a camisa da Portuguesa-RJ em seu primeiro Campeonato Carioca. Foi, então, que recebeu o convite para o maior desafio da vida: se aventurar no futebol da Finlândia.

Em março deste ano, o atacante fechou com FC Lahti, da Primeira Divisão, com a missão de substituir Rafael Vieira, maior jogador da história do clube e ídolo no país, onde chegou em 1997. Mas Stênio, logo em sua primeira temporada, virou destaque, anotou 8 oito gols e ajudou o clube a garantir uma vaga na Liga Europa da próxima temporada.

– Estou feliz, está sendo uma experiência muito válida para minha carreira. Fui muito bem recebido por todos do clube e também pela torcida. Isso facilita na adaptação. Foi um ano muito bom, pessoal e coletivamente. Apesar do time ser muito jovem, conseguimos uma vaga nos playoffs da Liga Europa – disse o atacante que também passou pelo Itaboraí no Rio de Janeiro.

Durante a primeira temporada pelo Lahti, Stênio Garcia disputou 29 partidas e foi titular na campanha que culminou com a quarta colocação no Campeonato Finlândes – o campeão foi o tradicional HJK.

Por lá, o atacante nascido em São João de Manteninha, no interior de Minas Gerais, teve que aprender com as adversidades e, principalmente, com a baixa temperatura no gelado país da Escandinávia.

– Tudo aconteceu muito rápido para eu vir jogar aqui. É uma adaptação muito complicada pela questão do idioma, da cultura, do clima e do futebol totalmente diferente do Brasil. Meu primeiro jogo aqui foi com temperatura negativa e neve para se ter uma ideia. Mas agora estou mais adaptado – conta Stênio.

Apesar da maioria dos jogos ocorrerem fora da época mais fria na Finlândia – já que no inverno o futebol é paralisado no país -, Stênio conta o tanto que já sofreu com o frio durante o período no Lahti. Ele relembra, inclusive, que, durante um jogo pelo campeonato nacional, enfrentou muita neve e uma temperatura congelante.

– No último jogo da liga, nós precisávamos vencer para conseguir a classificação. Estava uma temperatura média de -7º C e muita neve. Tinha um brasileiro no nosso time. Durante o jogo ia conversar, falar alguma coisa sobre a partida, mas ele não conseguia me entender, pois o maxilar não respondia aos comandos do cérebro, e a fala saia embolada. Parecia que eu estava falando finlandês (risos) – recorda o brasileiro, que ainda conta o aperto que viveu naquele momento.

– Na hora fiquei um pouco desesperado, mas no fim deu tudo certo. Conseguimos fazer o gol da vitória no último minuto e todos os jogadores comemoraram na neve que ficava bem em frente à nossa torcida.

Stênio Garcia mora atualmente na cidade que leva o nome do clube e fica no sul da Finlândia, a cerca de 100 quilômetros de distância da capital Helsinque. No início deste mês, o brasileiro teve o contrato renovado com o Lahti e ampliou o seu compromisso com o clube até o fim de 2018.